sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Lágrima de Preta


Lágrima de Preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

António Gedeão

3 comentários:

Anabel disse...

Até que enfim! Bravo, Francisco, por reanimares o blog!
Belo poema, este do António Gedeão, para uma reaprendizagem intercultural, da paz e dos Direitos Humanos!
Que ao menos aos nossos filhos consigamos ensinar estes valores e nas próximas gerações haja mais respeito entre os seres humanos...

Luis Fermoselle disse...

Muy bien, si no eres tu el blogger estava parado.

Abraços a todos.

Luis

Luis Fermoselle disse...

Muy bien, si no eres tu el blogger estava parado.

Abraços a todos.

Luis